Pensando o prefácio de Fundamentos da Psicologia Analítica
Prefácio
Com a intenção de apenas expor seu ponto de vista, Jung realiza as conferências transcritas em Fundamentos da Psicologia Analítica expondo o quanto suas formulações nos tiram do isolamento do eu e nos reintegram na realização de nossa vocação no mundo.
Permanece no nível fenomenológico ao optar por descrever os fatos em forma de convite para que possamos descrever uma realidade. Seus estudos são iniciados no contato com a alma humana, ou seja, na prática cotidiana como psicoterapeuta.
Na busca por um método científico que comprovasse a existência dos complexos ideo-afetivos, constitui o primeiro teste psicológico com associação de palavras (1903) confirmando a existência de emoções inconscientes (Freud)/ complexos (Jung). Neste mesmo contexto, Jung inicia sua pesquisa para teoria sobre os tipos psicológicos: cada paciente era olhado e escutado como um mistério incompreensível. Ávido para compreender o humano à luz da problemática atual e da história.
Toda análise psicológica se desenrola atrelada a um mito encarnado na personalidade do próprio analista. O paciente buscará aquela com a qual tem maior afinidade.
"O homem já não é mais visto à simples luz do eu, mas só adquire sentido em relação ao seu próprio centro, ao self, realidade individual e específica, comum a todos os homens." (pág.XV)
O que distingue a psicologia analítica das demais é a busca por atrelar o homem sentido de existência fora de si mesmo como centro da consciência.
"(...)quando a análise não é encarada apenas como terapia, mas também como meio de evolução, na perspectiva do processo de individuação, [...]. Isso modifica ao mesmo tempo a técnica e os cânones habituais da análise, dando-lhe uma dimensão nova." (pág.XVI-XVII).
Fonte: JUNG, C.G. Prefácio por Leon e Jette Bonaventure (1971). In: Fundamentos da Psicologia Analítica. Petrópolis: Vozes, 1985.